BD para advogados: o xadrez estratégico da geração de negócios
Jogar sem estratégia é só mexer peças. Gerar negócios requer planejamento. Não basta talento ou boa vontade: BD é técnica, processo e repetição inteligente.

No xadrez, nenhuma peça vence sozinha. Cada movimento precisa considerar o todo: o tabuleiro, o tempo e o adversário.
A mesma lógica vale para a geração de negócios jurídicos, um jogo de estratégia onde cada ator tem seu papel, sua potência e sua responsabilidade.
Se há algo que o xadrez nos ensina é que todos jogam. E no BD jurídico, todos vendem.
Mas os paralelos não param por aí. Assim como no xadrez, cada integrante de um escritório jurídico tem sua forma própria de agir, sua zona de influência, sua mobilidade, sua relevância estratégica. Entender essas particularidades é essencial para jogar bem o jogo da geração de negócios.
Quando todos sabem o seu papel e respeitam o dos outros, o esquema tático do BD funciona com mais fluidez. Por isso, é hora de olhar para o tabuleiro com atenção e entender como cada peça contribui para o avanço coletivo.
O Rei – O cliente
Ele é o centro de tudo. Protegê-lo, compreendê-lo e gerar valor para ele é o propósito final do jogo. Tudo gira ao redor da sua experiência e da sua permanência no tabuleiro.
A Rainha – O sócio estrategista
Tem liberdade e poder de articulação. Atua com visão ampla, representa o escritório, constrói relacionamentos e toma decisões que abrem ou fecham caminhos. Um sócio que se movimenta bem faz o time inteiro avançar.
As Torres – Os gestores de negócios
Firmes, estruturais, atuam nas laterais com consistência. Criam processos, sustentam iniciativas de relacionamento, organizam dados, análises e inteligência para dar suporte às jogadas mais ousadas.
Os Bispos – Advogados seniores ou heads técnicos
Se movimentam em diagonais: transitam entre o técnico e o comercial. Sabem converter conhecimento em oportunidades. Podem gerar negócios enquanto mantêm a sobriedade e a profundidade esperadas.
Os Cavalos – Associados em desenvolvimento
Com movimentos únicos, inesperados, os cavalos representam talentos em ascensão. Conectam áreas, encurtam caminhos e, quando bem posicionados, surpreendem com soluções criativas e aproximações comerciais valiosas.
Os Peões – Todos que têm contato com o cliente
Não subestime os peões. São muitos, avançam aos poucos, mas têm potencial de promoção. Cada interação, e-mail, call ou reunião é um movimento com poder de transformação.
Agora que já entendemos a função de cada um no jogo da geração de negócios, chegou a hora de entender a lição mais importante: jogar sem estratégia é só mexer peças. Gerar negócios requer planejamento. Não basta talento ou boa vontade: BD é técnica, processo e repetição inteligente.
Desenvolver negócios de forma estratégica exige muito mais do que intuição. É preciso estrutura, disciplina e clareza de responsabilidades. E isso só é possível quando alguns pilares estão bem estabelecidos:
Ferramentas de BD
CRM, gestão de funil de vendas, dashboards de inteligência e acompanhamento de relacionamentos não são luxo, são o mínimo necessário para manter a visão do tabuleiro. Escritórios que ainda operam na base do improviso perdem tempo, oportunidades e posicionamento. Dados organizados significam decisões melhores.
Cultura de colaboração
Em um time bem treinado, cada peça sabe seu papel, mas também enxerga o todo. É preciso vencer a lógica do “cada um por si”. A geração de negócios deve ser coletiva. O sucesso de um cliente é o sucesso do escritório e a conquista de um novo relacionamento é sempre mérito de múltiplos toques, não de uma jogada isolada.
Treinamento contínuo
Visão de BD não nasce com o diploma, é cultivada com vivência, exposição ao cliente, escuta ativa e prática intencional. Sócios, advogados e equipes de apoio precisam aprender a falar de negócios com naturalidade, sem forçar, mas sem omitir valor. O melhor vendedor é aquele que acredita no que entrega e sabe como traduzir isso em benefício para o cliente.
Em resumo, e para que não reste dúvida: sem método, BD vira tentativa. Com método, vira diferencial competitivo.
Busque o xeque-mate com método. Todo bom enxadrista dos negócios jurídicos está atento a essa verdade. Ganhar um cliente ou ampliar um relacionamento estratégico raramente é sorte. É o resultado de movimentos coordenados, com tempo, intenção e leitura de cenário.
No BD, como no xadrez, não há atalhos. Mas há clareza: quem joga com estratégia, vence com consistência.
E nesse contexto, vencer com consistência significa dominar o jogo do tempo: saber quando avançar, quando escutar, quando propor e quando apenas observar. Significa também cultivar inteligência relacional, entender que negócios são construídos em camadas de confiança, reputação e entrega contínua de valor.
A combinação entre visão estratégica e execução disciplinada é o que transforma equipes comuns em times extraordinários. É o que converte abordagens tímidas em relacionamentos sólidos. E é o que faz escritórios deixarem de esperar indicações para protagonizar sua própria geração de oportunidades.
No fim das contas, o BD jurídico é um xadrez vivo: tabuleiros mudam, peças evoluem e partidas nunca são iguais. Mas o princípio permanece: vence quem se prepara, joga com propósito e entende que, nos negócios, cada movimento importa.
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Obrigado pela leitura,
Guilherme Nóbrega
Facilitador de novos negócios na /betwixt/